terça-feira, 23 de março de 2010

Quem mexeu no meu queijo?

Sabe aquela fase da vida , que tudo parece que esta se encaixando? Filhos cresceram, aquela ansiedade de ver as coisas acontecendo está diminuindo, no trabalho tudo ok, consegui conciliar trabalho com casa, filhos....mas de repente aos 38 anos , casada à 16 anos, com dois filhos, sendo uma de 13 e outro de 10 anos ,a cegonha resolve me presentear com mais um bebê !!
Uma bênção !! filhos sempre são uma graça de Deus.Mas simplesmente surtei...não porque estava grávida, ao contrário sempre fico muito feliz com a chegada de um filho, mas não sei perdi o foco, o equilíbrio, não conseguia mais trabalhar, fiquei muito sensível, chorona, com medo de morrer, melancólica.
Acreditava que depois que o bebê nascesse , ficaria mais tranquila, voltaria ao normal, hoje ele esta com 10 meses ,e agora a ansiedade é pra ter minha vida de volta, ainda não voltei a trabalhar, fico em casa 24 horas por dia, as vezes me sinto vazia , não consigo me concentrar, estou com dificuldade de traçar planos pro futuro, como quando vou voltar trabalhar , voltar a faculdade, quando penso em voltar as minhas atividades, parece que vem um monte de obstáculos pela frente que não sei como , mas me travam , e o tempo vai passando e a ansiedade aumentando.
Pensei que com a idade e a experiência de outros filhos, tiraria de letra, mas hoje vejo que não é assim,a vida não é um jogo em que nós mudamos as peças pra onde queremos, pois nesse jogo as peças somos nós, e só nos resta lutar pra nos adaptarmos àquela situação no momento.
Outro dia li um texto que falava de um diálogo de um senhor com um garoto que dizia assim: O menino observava uma grande figueira , estendida no chão derrubada pelo vento, e perguntou ao senhor: Como poderia aquela figueira enorme , forte ter sido derrubada pelo vento, enquanto o bambuzal, continuava em pé, sendo eles tão finos de aparência tão frágil?
O senhor respondeu ao menino, que a figueira por acreditar no seu tamanho e força enfrentou o vento de frente sem pensar nas consequências, enquanto o bambu ciente da sua fragilidade envergou-se ao vento auxiliado por todos os outros bambus daquele bambuzal.
E assim é a vida da gente, subestimamos os caminhos que vamos percorrer num período da vida , não nos preparamos, nos comparamos a uma figueira,quando na verdade somos bambus, frágeis,que precisam do auxilio dos outros para conseguir barrar o vento, e quando nos vemos com galhos quebrados e folhas esparramadas pelo chão não sabemos nem quem somos.
Hoje estou buscando devagar o meu ponto de equilíbrio, desatando os nós, pra poder voltar a minha rotina como bambu e não como figueira , achando que pode enfrentar tudo, mesmo sabendo que não esta coordenando nem a si mesma ,quanto mais filhos, casa, trabalho e surpresas do dia a dia, mas em breve estarei de volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário